A maior obra de engenharia, desde o início dos séculos, sempre foi a construção de uma casa, de um prédio. Não por ser banal, mas pela utilidade que tem, toda a gente gosta de ter uma casa onde viver, onde se sente confortável.
Podemos ter tijolos e telhas, mas será que cada um tem a capacidade
de construir um prédio que não se destrói com tempestades, terramotos, neve,
chuva ou até só pela humidade?
Todos os dias erguem-se prédios de todas as dimensões,
projectados, quem sabe, por engenheiros improvisados, que sabem claramente quais
os seus objectivos.
Uns agarram-se ao tempo, tentam erguer esse prédio no mínimo
de tempo possível, são gananciosos, não perfeccionistas, estão preocupados em
ter lucro a curto prazo, talvez alugar os apartamentos a alguém, mas ganhar
algo intenso a curto prazo.
Outros tentam escolher o tipo de telha, o tipo de cimento, o tipo de alicerces que querem usar, e por isso encomendam a fornecedores especiais todo o material, recolhem o material, fazem um projecto, refinam os moldes do prédio, e começam apenas a pensar pelo mais importante, os alicerces.
Investem o tempo
que for preciso. Tudo se sustenta à custa dos alicerces, dos pilares, das vigas
de betão ali colocadas, mas que toda a gente ignora visto que ficam escondidas
no subsolo.
Mas não chega, é preciso haver uma entrega total, na
construção, no encaixe de cada pedra, em cada gota de cimento que caiu para
unir duas pedras.
Mas não chega, as pedras vieram de muito longe, tiveram de
percorrer quilómetros e alguém teve de as ir buscar, às costas, metro após
metro, segundo após segundo de sofrimento, de feridas, com lágrimas.
Mas não chega, nem todas as pedras encaixam, é normal, foi
necessário buscar pedras mais pequenas, para embelezar e não permitir que o
frio entrasse pelas paredes.
Mas não chega, sem os trabalhadores que dedicaram a sua vida
naquela construção nada era possível. As pedras não tinham sido
movimentadas, o cimento não tinha sido feito, os alicerces não tinham sido
levantados, a casa não existiria.
Poderias perguntar quantos trabalhadores são precisos para construir uma casa destas… Eu diria que depende da força de vontade dos trabalhadores, mas são sempre precisos dois trabalhadores, para se auxiliarem e se corrigirem, darem opiniões, complementarem as suas ideias de como projectar aquela casa, que de certeza absoluta será para eles serem felizes um dia, e enquanto não for possível habitar, viverão no meio da obra.
A casa nunca estará pronta, será sempre preciso fazer um acrescento para alguém que aparecerá fruto do amor que também irá aumentar, dia após dia. Agora em vez de dois trabalhadores, haverão três, quem sabe quatro, cinco, seis, sete ou mais.
No entanto o mais importante que faz construir a casa são os valores, os sentimentos que são vividos lá dentro, dia após dia. Não importa a fachada ser bonita se no interior dela os trabalhadores não derem sentido ao significado de uma casa cheia de amor, onde tudo tem cor, luz, momentos de conforto, não pelos bens que estão lá dentro, mas sim pelos bens construídos ao longo do tempo que são vividos dentro de nós.
Haverá sempre luz quando o cristal da tua vida for os olhos da outra pessoa que amas. Porque a verdadeira casa que podemos construir não é material, mas sim sentimental.
Por isso essa casa nunca irá cair, haverão sempre obreiros
do amor.
7 JAN, 2017 0
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